Tecnologias
Tecnologias
Apresentação
Aqui estão listadas algumas tecnologias utilizadas e desenvolvidas pelo Grupo Oficina de Restauro ao longo dos 37 anos de atividade.
Tecnologia Gases Inertes
Por convênio firmado com o Instituto Cultural Flávio Gutierrez (IFMG) para utilização do laboratório de conservação e restauração do Museu de Artes e Ofícios (MAO) o Grupo Oficina de Restauro – obedecendo aos padrões de excelência inerentes ao processo – desenvolveu e ali estabeleceu o método de desinfestação de obras confeccionadas em madeira ou em materiais celulósicos com o uso de gases inertes.
Tecnologia Gases InertesO primeiro trabalho empregar a técnica de atmosfera anóxia ocorrido no laboratório do MAO foi realizado na imagem setecentista de Santa Efigênia pertencente à igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, de Mariana, e que foi fruto de uma parceria do ICFG com o Museu Arquidiocesano.
Totalmente equipado para o tratamento de descupinização e imunização preventiva de madeiras e documentos, o laboratório, além de contar com o plástico de barreira para feitura das bolsas de gases inertes (argônio e nitrogênio), possui câmeras de vidro para fumigações, banheiras para imunizações, dentre outros equipamentos adaptados para receber obras de arte, arquivos e bibliotecas em geral, assim como objetos de madeira em tamanhos variados.
Sistema Anóxio para
DESINFESTAÇÃO DE DOCUMENTOS E BENS CULTURAIS
No intuito de ampliar as suas ações no campo da preservação de obras de arte, a empresa Grupo Oficina de Restauro vem, desde o ano de 2008, utilizando a técnica dos gases inertes para o combate e a erradicação de agentes biológicos em coleções e arquivos que contenham material celulósico.
Esse processo é seguro, não inflamável e totalmente inerte ao material em tratamento. É monitorado por equipamentos de última geração com altíssimo nível de sensibilidade e precisão. Com tecnologia de ponta, tem sua eficácia cientificamente comprovada e patenteada. Não modifica as propriedades físico-químicas do bem tratado ficando este absolutamente inalterado em sua forma original, mesmo em grau microscópico. Com equipamento portátil, o procedimento pode ser realizado in situ e moldado na forma e tamanho necessários para o tratamento.
O método, também denominado anóxia ou atmosfera modificada, consiste no isolamento de partes do material infestado no interior de bolsas plásticas impermeáveis de alta barreira, e na substituição do oxigênio por um gás inerte, nitrogênio ou argônio, que reduz o oxigênio contido em cada bolsa para níveis inferiores a 0,2%. O período de permanência do material dentro da bolsa é de, no mínimo, 30 (trinta) dias. Sugere-se, após a intervenção, a aplicação de barreira química no espaço de exposição ou de acondicionamento do material tratado, com o objetivo de impedir a ocorrência de novos ataques de xilófagos, bibliófagos, etc. O processo garante o extermínio tanto do inseto adulto quanto do ovo, da larva ou da pupa.
O controlo dos índices de oxigênio no interior das bolsas é obtido com o auxílio de oxímetros, enquanto a umidade relativa do ar e a temperatura são igualmente monitoradas com o emprego de termo-higrômetros. O volume dessas bolsas pode variar de 1 a 250 metros cúbicos. Como mencionado, a montagem de toda a estrutura pode ser feita in loco ou, no caso de limitação de espaço, em local seguro e de inteira responsabilidade do Grupo Oficina de Restauro.
Massa de Nivelamento
Inscrito no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPPI) para registro de patente – processo Nº PI 064829-3, e depositado em 22 de novembro de 2006 – o produto resultante de uma massa feita à base de álcool polivinílico, para emassamento e nivelamento de lacunas de superfície em obras de arte, foi desenvolvido pelo Grupo Oficina de Restauro no ano de 1991, e vem sendo amplamente utilizado por diversos profissionais da área com resultados altamente satisfatórios.
Massa de nivelamento
A massa de nivelamento, obtida com os ingredientes abaixo explicitados, tem como características básicas a flexibilidade, resistência à umidade, facilidade de aplicação e de lixamento, aderência às superfícies e, no caso específico da restauração de obras de arte, a reversibilidade. Sua utilização preenche uma grande lacuna nas intervenções restauradoras em obras de arte produzidas tanto a óleo quanto a têmpera sobre suportes rígidos de madeira (esculturas policromadas) e reboco (pinturas parietais).
Até a presente data, as massas empregadas de origem comercial não atendem satisfatoriamente às demandas; a massa corrida, de composição vinílica, por exemplo, é bastante suscetível à umidade e ressente-se de um importante item: a flexibilidade. As massas automotivas, por outro lado, oleosas, compostas de resina alquídica e resina nitrocelulose, entre outros ingredientes, além de não informar na embalagem a sua real composição, apresentam sérias dificuldades de lixamento e podem provocar manchas, comprometendo a coloração da policromia, principalmente nas tintas obtidas da têmpera.
Massa corrida de Nivelamento
Foi criada em 1991 pelo restaurador Adriano Ramos, durante a restauração da pintura do forro da nave da igreja Matriz de Nossa Senhora do Bonsucesso, na cidade de Caeté, MG.
Diante das imensas áreas a serem emassadas e niveladas nas tábuas policromadas do forro, deu-se início a diversos testes para substituir as massas comerciais, bem como as resultantes apenas das misturas de “álcool polivinílico e carbonato de cálcio”, “álcool polivinílico e gesso” e ainda “cola branca e carbonato de cálcio” ou “cola branca e gesso”, que sempre se apresentavam problemáticas, ocasionando trincas longitudinais e craquelês após a secagem ou em função da precariedade de aderência à superfície.
Desde então, a massa de “Mowiol” tem sido utilizada pelo Grupo Oficina de Restauro em diversas obras de restauração, seja em bens integrados, como forros, retábulos e pinturas parietais, ou em bens móveis, como telas(*) e esculturas policromadas.
Após 18 (dezoito) anos de constante utilização e acompanhamento monitorado, observou-se a ausência de alterações em sua composição, constatando-se como características altamente positivas a sua estabilidade, resistência e durabilidade.
Obviamente que a referida massa, pelas qualidades acima descritas, pode ser empregada em interiores, substituindo as massas tradicionais, nos casos em que as paredes estejam vulneráveis à ação da umidade. Igualmente, a massa de nivelamento pode ser utilizada por artistas plásticos que queiram obter maior integridade física em seus trabalhos pintados ou espatulados sobre variados suportes.
Receita
Composição para 1 quilo – (peso líquido)
Água destilada…………………….. 200 ml
Álcool polivinílico …………………… 15 gr (1)
Carbonato de cálcio …………… 250 gr
Massa corrida ………………. …… 480 gr (2)
Cola branca ………………………… 02 ml (3)
Fungicida …………………………….. 01 ml (4)
(1) O álcool polivinílico é produzido pela indústria Hoescht e tem o nome comercial, no Brasil de Mowiol 8-88;
(2) A massa corrida, de composição vinílica, à base de acetato polivinílico, é produzida no Brasil tanto pela Coral quanto pela Suvinil;
(3) O acetato polivinílico, comercialmente denominado de cola branca, é produzido no Brasil por diversas empresas. No caso específico emprega-se a da marca Cascorez;
(4) O fungicida diluído em álcool empregado é o Timol, produzido no Brasil pela Synth.
Modo de Preparo:
Deixar de molho, de um dia para o outro, o álcool polivinílico em água destilada dentro de um recipiente de vidro. Nesse mesmo recipiente, dissolver totalmente, em banho-maria, os finos grãos do álcool polivinílico. Acrescentar a esse preparado o carbonato de cálcio, misturando várias vezes até que se atinja o ponto de “liga”. A massa resultante desses componentes deve ser mesclada à mesma quantidade de massa corrida, e misturada exaustivamente. Nesse momento, devem ser acrescentados a cola branca e o fungicida. O resultado final, ou seja, a massa de nivelamento, deve ser acondicionada em recipiente de vidro ou plástico com tampa e ser mantido fechado em ambiente seco e arejado.
A sua validade após a fabricação é de 1(um) ano.
(*) No caso específico do emprego na restauração de telas, a massa de nivelamento em questão necessita de maior volume de álcool polivinílico em sua composição para que seja obtido melhor índice de flexibilidade.
Tecnologia Gases Inertes o primeiro trabalho empregar a técnica de atmosfera anóxia ocorrido no laboratório do MAO foi realizado na imagem setecentista de Santa Efigênia pertencente à igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, de Mariana, e que foi fruto de uma parceria do ICFG com o Museu Arquidiocesano.
Totalmente equipado para o tratamento de descupinização e imunização preventiva de madeiras e documentos, o laboratório, além de contar com o plástico de barreira para feitura das bolsas de gases inertes (argônio e nitrogênio), possui câmeras de vidro para fumigações, banheiras para imunizações, dentre outros equipamentos adaptados para receber obras de arte, arquivos e bibliotecas em geral, assim como objetos de madeira em tamanhos variados.
Pintura à base de Cal
Com o propósito de solucionar a delicada questão referente ao tratamento dispensado às paredes de monumentos neoclássicos, que, originalmente, apresentam argamassa de cal e pintura com tinta à base de cal, em que a aplicação do látex compromete a aderência e a aparência; ou em função da excessiva lisura dessa técnica; ou apenas no intuito de tratar integralmente essas fachadas com a textura pictórica que lhes é peculiar, o Grupo Oficina de Restauro tem utilizado a cal nas intervenções em pinturas parietais nos edifícios históricos submetidos à restauração.
Vários trabalhos foram desenvolvidos utilizando-se essa técnica e podemos destacar, entre os mais significativos, os prédios do Palácio da Liberdade e da Secretaria de Educação, hoje Museu das Minas e do Metal, em Belo Horizonte, além dos serviços de pintura executados na fonte Mayrinck do Balneário Parque das Águas, em Caxambu, MG.
A Cal
A cal é um óxido de cálcio (CaO). Substância, que, combinada com o ácido carbônico, forma a pedra e o mármore, e, combinada ainda com o ácido sulfúrico, forma o gesso. Cal aérea e hidráulica, cal viva, cal anidra, cal virgem, cal apagada, cal hidratada.
Maiores informações no clique Aqui.
Água de Cal: dissolução de cal em água, na proporção de 1 para 700,
Leite de Cal: dissolução de cal em água muito concentrada, para caiar.
A cal comumente encontrada no mercado é a cal aérea. A cal hidráulica é o ligante que combina, numa única substância, a presa hidráulica e a presa aérea, sendo por isso mais resistente e a mais recomendável para consolidações e reabilitações de monumentos históricos, principalmente à beira-mar.
Argamassa de cal
A argamassa de cal pode ser feita com cal virgem (que é mais resistente e mais barata, mas também a mais trabalhosa) ou com cal vendida no comércio (Massical), que é industrializada e já vem parcialmente hidratada, o que torna o resultado mais rápido e fácil.
Na utilização da cal virgem, ela tem que ser quebrada, pulverizando-se as pedras para depois acrescentar água até formar uma pasta, e deixar descansar, no mínimo, um mês (na antiguidade, deixava-se um ano).
Optando-se pela Massical, mistura-se a água e deixa-se descansar de um dia para o outro; ou pode-se, necessitando, utilizá-la imediatamente.
As quantidades da mistura são de três ou quatro medidas de areia para uma de cal; pode-se acrescentar na massa pigmentos naturais ou pó xadrez, obtendo-se, assim, uma massa tonalizada que dispensa a pintura posterior.
Aplicação da argamassa de cal:
Deve-se aplicar antes uma demão de cal diluída, bem rala, em toda superfície, para facilitar a aderência. Em seguida, deve-se molhar, chapiscando com a brocha de água a superfície a ser trabalhada e aplicar imediatamente a massa como se faz com cimento; depois, alisar com filtro (esponja).
Observações:
- não se deve acrescentar cimento na massa e nem chapiscar a superfície com ele;
- essa argamassa pode ser utilizada na união de tijolos, como também serve para fazer muros, paredes, rebocos, remendos etc. Só não serve para vigas estruturais;
- Uma das vantagens da argamassa de cal é que a mistura depois de seca pode ser reativada com água, assim a massa é sempre reaproveitada, sem perdas.
- Na utilização de cal para consolidação e reabilitação de rebocos antigos deve-se optar pela cal hidráulica que é mais forte e resistente.
Pintura à base de Cal
No preparo de tinta à base de cal, misturam-se dois quilos de cal em dois litros de água, (cal para pintura(*) e não Massical), deixando de molho de um dia para o outro, e agitando-se a mistura frequentemente. Em seguida, acrescenta-se o pó xadrez ou pigmento natural para tonalizar.
Como fixador, utiliza-se o Mowiol 888 (álcool polivinílico preparado como base, diluído em água, resultando em um adesivo que corresponde às necessidades da cal; é um bom fixador, adere à pintura e permite a absorção e evaporação de umidade.
Antigamente, usava-se leite como fixador; há quem se utiliza de cola branca, mas esta impermeabiliza a tinta, fazendo-a perder a condição de transpiração; alguns ainda acrescentam um pouco de óleo, que é incompatível com a água, mas essa receita só funciona como emulsão, que é muito mais difícil de fazer.
Para se preparar cinco litros de fixador, utilizam-se um quilo de Mowiol em pó e 10 litros de água. Leva-se esse composto ao fogo brando, sempre mexendo até que se dissolva totalmente e perca o aspecto leitoso. O resultado é uma cola transparente, não muito rala, que deve ser adicionada à mistura de cal e pigmento.
A pintura a cal não é fácil de ser aplicada, exige que a brocha seja aplicada de forma esticada, usando-se força, e que sejam dadas duas demãos, sendo a primeira na horizontal e a segunda no sentido vertical, depois que a anterior já secou.
(*) Não utilizar o fixador que vem junto: é cola branca PVA e impermeabiliza a tinta.
Observações:
- A pintura a cal não aceita retoque; se houver falha ou mancha, há que se pintar todo o pano de novo;
- Sempre antes de utilizada, a mistura deve ser remexida;
- Manchas escuras e micro-organismos podem aparecer em lugares onde se acumula água de escorrimentos constantes. Nessas áreas deve-se aplicar um fungicida: Timol 5% diluído em álcool etílico;
- A tinta guardada tende a clarear com o tempo, pois a cal queima o pigmento.
Cuidados no preparo da cal:
- Usar máscara e luvas porque o procedimento é cáustico (corrosivo) e solta fumaça;
- Utilizar tambores resistentes pois, no início do processo, esquenta momentaneamente e corrói plásticos;
- Mexer a mistura todos os dias porque ocorre sedimentação;
- Adicionar sempre um tanto de água para conservar a liquidez.